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terça-feira, 27 de novembro de 2012

'Esperamos que seja um passo para julgar os culpados', diz filha de Paiva


Beatriz acompanha entrega de documentos a comissão em Porto Alegre.
Material achado em casa de coronel detalha prisão do político na ditadura.

Ivani SchützDa RBS TV

Beatriz, filha de Rubens Paiva, está em Porto Alegre para acompanhar entrega de documentos (Foto: Ivani Schutz/RBS TV)Beatriz, filha de Rubens Paiva, está em Porto Alegre para
acompanhar entrega de material (Foto: Ivani Schütz/RBS TV)
"Era uma manhã de férias de verão em janeiro de 1971, quando os militares invadiram a nossa casa no Rio de Janeiro, um casarão da Avenida Delfim Moreira, número 80, na praia do Leblon, e levaram o meu pai". Este é o relato de Beatriz Paiva Keller, filha do ex-deputado federal Rubens Paiva, que foi sequestrado durante a ditadura militar no Brasil.
Ela vive na cidade de Berna, na Suíça, há mais de 20 anos, e veio a Porto Alegre para acompanhar nesta terça-feira (27) em nome da família a entrega de documentos que comprovam a prisão do político.
O material foi encontrado na casa do coronel Júlio Miguel Molinas Dias, comandante do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) na década de 1980, no Rio de Janeiro, e assassinado no dia 1º de novembro. O governador Tarso Genro fará a entrega dos documentos, que estavam com a polícia, a integrantes da Comissão da Verdade a partir das 14h, no Palácio Piratini.
"Isso mexe muito com a gente, comigo e com meus quatro irmãos. Esperamos que seja um passo em direção à instauração de inquérito para julgar os culpados pelas mortes", afirma Beatriz. Depois da prisão, o corpo de Rubens Paiva nunca foi localizado.
Os registros confirmam que o político, cujo mandato foi cassado em 1964, esteve preso no DOI-Codi antes de desaparecer. É um material que descreve roupas e pertences pessoais do ex-deputado e empresário. "Reconheço o cartão de crédito, a caneta, o caderno de anotações e os certificados de piloto e engenheiro", destaca Beatriz.
A filha do deputado lembra de momentos que ela e a família passaram no dia da prisão do pai. "Eu tinha apenas 10 anos, mas lembro muito bem dele. Eu recém voltara da praia com meus irmãos e descansava no andar de cima do sobrado em que morava com a minha família, quando ouvimos os militares entrar e levar meu pai. Eu sabia que algo grave estava acontecendo. Minha mãe pediu que eles escondessem as armas porque havia crianças em casa", conta.
Os documentos e a reviravolta no caso vieram à tona após reportagem publicada pelo jornal Zero Hora. No registro obtido pelo jornal, há indicação da entrada de Rubens Paiva no QG-3, no Rio de Janeiro, e dos documentos e pertences pessoais que ele portava no momento da prisão. Na margem do documento, havia uma assinatura, possivelmente de Rubens Paiva
.

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