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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Parada Gay carioca supera expectativa de público e reúne 1,5 milhão de pessoas na orla de Copacabana

Rodrigo Teixeira 
Do UOL, no Rio de Janeiro


  • Público se prepara para a 17ª Parada do Orgulho LGBT, popularmente conhecida como Parada Gay, na tarde deste domingo (18), na orla de Copacabana (RJ)
    Público se prepara para a 17ª Parada do Orgulho LGBT, popularmente conhecida como Parada Gay, na tarde deste domingo (18), na orla de Copacabana (RJ)
A 17ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais), popularmente conhecida como Parada Gay, realizada na orla de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, neste domingo (18), superou a expectativa de público. O evento reuniu cerca de 1,5 milhão de pessoas na capital fluminense, segundo a Polícia Militar. O número é 500 mil a mais do que o esperado pela organização.
Nesta edição, o tema escolhido para representar a causa da comunidade gay foi "Coração não tem preconceitos. Tem amor". O assunto é uma reflexão aos índices de 2011, quando 266 homossexuais foram assassinados por conta de sua orientação sexual, segundo a organização do evento.
Arminda dos Santos, mesmo não sendo homossexual, fez questão de marcar presença na Parada Gay em apoio a opção sexual de seu filho Diego Lima Santos, 23. Ela diz aderir à luta do jovem pelo respeito aos seus direitos e pelo combate a "ignorância com amor".
"O meu filho foi um presente de Deus, ele está sempre comigo. É um grande amigo. E quem é homofóbico deve se resolver, porque o Diego sabe o que quer, ele ama alguém do mesmo sexo. Homofobia se combate com amor e esclarecimento", diz a dona de casa.
Sósias de Michael Jackson e Rita Lee também estiveram presentes na grande festa. Mas, foram as drag queens que mais uma vez conseguiram roubar a cena e todos os flashes da imprensa que acompanhou de perto o evento. Tchaka, conhecida como a "Rainha das festas", foi uma das mais solicitadas: "Eu sou um palhaço de luxo meu amor, a sociedade nos vê nas cores do arco-íris somos iguais na diversidade", disse ela que fez questão de dizer o nome da sua fantasia: "Arco-íris do século 21".
Para o promoter Amin Khader, o preconceito tem que ser enfrentado. "Eu sou contra a homofobia, você tem um irmão gay, um primo gay, mas o filho do vizinho é viado... Depois dos anos oitenta tivemos uma das mulheres mais lindas do Brasil, a Roberta Close, que veio e quebrou muitos tabus. Temos que ter a consciência e respeitar a todos em primeiro lugar", disse ele.
O estilista Carlos Tufvesson, que dirige a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual e o Programa Rio Sem Preconceito, diz que, quando existe uma vítima de homofobia, a denúncia do caso se faz necessária para que haja uma solução.  "Sem denuncia não há solução. Hoje a parada é importante pela luta da cidadania. Temos que fazer valer os direitos civis já conquistados. Temos que lutar para assegurar nossos direitos, tais como a união estável já reconhecida pelo STF (Supremo Tribunal Federal)", diz o ativista
A Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual lembrou aos presentes sobre a existência da lei 2475/1996 que pune estabelecimentos comerciais e órgãos municipais que discriminem cidadãos por causa de sua orientação sexual.
Além de ativistas, algumas autoridades também compareceram ao evento. Entre elas a deputada federal  Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB), o Secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc, e o superintendente estadual dos Direitos Difusos, Claudio Nascimento.
A prefeitura do Rio disponibilizou um efetivo de 350 Guardas Municipais por toda a área que abrange a Parada Gay para manter a ordem e a segurança de todos os presentes. Parte do efetivo é destinada a monitorar o trânsito e a apoiar aos turistas.
A população pode contar com vários serviços da Prefeitura do Rio que foram oferecidos em três tendas montadas entre as ruas Sá Ferreira e Souza Lima. Estavam divididas entre a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual e a Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego.
O evento ofereceu para o público na orla de Copacabana serviços como emissão de documento, inscrição em cursos da capacitação profissional e vaga de emprego. Informações de saúde também foram prestadas, com foco na qualidade de vida e o combate à dengue. Foram distribuídos ainda cerca de 400 mil preservativos masculinos para a população, pela organização e órgãos de governo.
Ambulantes aproveitaram para faturar
Para Sergio Costa, 51, morador de Duque de Caxias na Baixada Fluminense, vendedor de Mate o sol ajudou. "Papai do céu ajudou, hoje o dia vai ser bom, olha que coisa linda, vamos refrescar a galera", disse ele que vendia o copo de 500ml por R$ 4.
Adriana Silva, conhecida como "Adriana Arco-Íris", também não hesitou em viajar de São Paulo até o Rio de Janeiro para vender seus suvenires nas cores da bandeira gay e suas características lembrancinhas do universo GLS. "Sempre acompanho as grandes paradas LGBTs pelo Brasil. É bom poder estar aqui e vender para essa galera animada", disse ela que tem até loja própria na rua Vitória, no centro da capital paulista.
Protestos contra Bolsonaro também tiveram seu espaço
Alexandra Martins,28, moradora de Brasília, no Distrito Federal, trouxe para a Parada Gay uma megacharge do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), onde o parlamentar aparece com uma suástica no peito e um cacete na mão.
Alexandra convidava a todos para deixar uma mensagem positiva escrita em um papel em formato de coração e para os mais ousados, as pistolas com dardos para acertar a figura de Bolsonaro, conhecido por combater iniciativas que beneficiem os direitos dos LGBTs.
"Ele representa a intolerância, pensamentos retrógrados, estamos aqui para deixar uma mensagem de paz para ele", disse Alexandra.
Maria Célia, 61, comemorou ter acertado uma dardo no pescoço de Bolsonaro. "Viu? Foi no pescoço. Eu gosto de tudo aqui na parada. Cada um com seu cada um. Tem que respeitar. Mas será que no fundo o deputado o deputado não gosta nem um pouquinhos dos gays, quem não gosta, aqui todo mundo é super”, disse a aposentada.

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